Depois de mais de um ano voltei. E percebi que existem pouquíssimas vezes em que escrevi sobre você. Talvez porque o tempo que passei contigo foi bem aproveitado, eu escrevo quando me sinto mal, a ponto de explodir. Com você do meu lado, fiquei bem.
Sim, mudei o nome do
post. Não é cópia, é a minha versão. Da minha história.
Eu amei, amei louca e desesperadamente o primeiro homem a me fazer amar. Me entreguei, se eu o fiz homem, ele me fez mulher. Aprendi, ri, chorei.... E como chorei... Eu o amei tanto que apesar de todos os problemas, de todas as grosserias, humilhações, apesar de tudo isso eu não me lembro. Não lembro de nada disso. Lembro de rir, de beijar, de sentir, de banhos longos à meia noite e de como você disse que me amava quando encontrei biscoitos de madrugada, lembro de você me assustar depois de assistirmos um filme de terror e de te obrigar a dormir com a luz do banheiro acesa, lembro de quase desmaiar no chuveiro... Lembro de você tirando sarro do jeito como escovo os meus dentes, do melhor x-bacon do universo, de nós dois deitados no chão rindo sem parar, da minha consultoria pra nomes de pokemons, de te fazer sair de madrugada pra comprar pringles e brownies, de te empurrar pra fora da cama, das suas malas desarrumadas, das nossas fugidas pro quarto, de desenhos animados na hora do almoço, do telhado, da noite de reveillon, de como você se odiava quando me machucava, de como eu me odiava quando te magoava, de DBZ Abriged, da primeira vez que te vi do outro lado da rodoviária, você assobiou, eu olhei e congelei. Porque era você. Lembro de como você tremia, da paz que senti quando soube que só podia ser com você.
É verdade que a distância atrapalhou. Talvez de perto eu estivesse mais acostumada com o seu jeito, talvez você se acostumasse melhor ao meu. Talvez a opinião dos outros fosse diferente, porque talvez nos conheceríamos a mais tempo e talvez você me desse antes os toques do que preciso mudar, assim como eu faria com você.
Mas estamos distantes. Mas você não sabia o que fazia de errado e nem eu. Os outros vieram me dizer, eu comecei a me incomodar, eu queria o futuro agora e achava que precisava exigir isso de você. Eu errei.
Me afastei. Imaginei que seria melhor, que você iria crescer, correr atrás do seu futuro, a verdade é que eu também queria um pouquinho de liberdade. Encontrei alguém aqui, meio que por acidente. Descobri nele tudo o que sempre quis em você e nada do que você tinha. Achei que era perfeito, que tinha me enganado quando sonhei que amei você. Que não passava de uma amizade estranha. Como me enganei...
Ele é doce, gentil... Mas quando o beijo, quando estou nos braços dele, quando deito a cabeça no peito dele, quando sinto o cheiro dele, quando fecho meus olhos... É você. E não existe nada no mundo que se compare a dor que sinto. Ele não merece isso, nem mesmo você. Porque a verdade é que não sei amar. Gosto de estar com ele, mas penso em você. Quero estar com você, mas nunca estaria satisfeita com quem você é. Sempre quero te mudar. Amo a ideia que criei de você, porque só ficaram as coisas boas. Isso me machuca muito, sei que também ainda me ama.
Tenho essas ideias loucas, sonhos e esperanças.
Um dia, no futuro, vou te encontrar num restaurante, sentar ao seu lado, pagar uma bebida, conversar sobre tudo o que perdemos um do outro, e nunca mais te ver.
Um dia, no futuro, vou até o seu apartamento de surpresa, ver sua esposa entrando em casa, antes de eu bater na porta, e virar as costas, porque você está feliz.
Um dia, no futuro, vou te procurar aos prantos, cair de joelhos, e você vai me dizer "não", assim como eu disse a você.
Um dia, no futuro, eu vou ter coragem de te querer.
E vai ser tarde demais.
Eu sei.
Mas não vou largar o que tenho agora, vou continuar aqui e esperar esse futuro chegar, porque por enquanto não tenho escolha. Tenho esperança de estar solteira aos 35. Sim, eu vou casar com ele, me separar, e aí procurar você. De outra forma ninguém ficaria satisfeito.
Você vai me recusar e eu vou passar o resto dos meus dias sozinha, sendo a protagonista da saudade que perdi o direito de ter. Mas terei.
Você não deveria ler nada disso. Você me diria pra largar tudo e ir com você, ou diria que já é tarde demais e não tenho o direito de te fazer sofrer, porque fui eu a causadora disso tudo.
Mas não posso ir com você, minha vida é aqui. Só conheço o aqui. Ainda não.
Você tem um escudo enorme de pessoas que te amam, que te protegem de mim. Eu tenho milhões de lanças de pessoas que dizem que não posso sentir o que sinto por você.
E se eu te fiz sofrer, não ouse assumir que sabe meus motivos, ou que entende minha "falsa dor", você pode mensurar tudo o que eu sinto tanto quanto eu posso mensurar o que você sente. E eu não posso.
Eu sinto muito, meu coração devastou nós dois. E eu não sei o que fazer. Só posso continuar aqui, e esperar a hora certa que só vai chegar tarde demais.